Saúde, Paz, Harmonia...

Prefiro as Convicções mutantes
Às incertezas constantes

Palavras que o vento não leva...

Clarice Lispector. "... uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso."
Confúcio: "O que eu ouço, eu esqueço. O que eu vejo, eu lembro. O que eu faço, eu entendo."
Madre Tereza de Caucutá: "É inadmissível nos permitirmos que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz."
Paulo Freire: "A subjetividade muda no processo de mudança da objetividade. Eu me transformo ao transformar. Eu sou feito pela história ao fazê-la."
Sartre: "o importante não é o que fizeram de mim, mas o que eu faço do que fizeram de mim."
[autor]: "Palavras categóricas e ásperas são sinal de uma causa infundada."
Madre Tereza de Caucutá: "Não ame por beleza, pois um dia ela acaba, não ame por adimiração, pois um dia pode se decepcionar. Ame apenas, pois o tempo nunca poderá apagar um amor sem explicação."
Diamante: "A pessoa que briga por uma única verdade, na realidade está defendendo sua mentira!"
Voltaire: "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
Oscar Wilde: "Se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos."

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Tá com medo de que?


- Você está com medo do que? Medo de falar que quer? Que ama?
- Eu não sei se amo.
- Ok. Medo de falar que gosta?
- Mas não é assim...
- Então como é? Você fica aí guardado a sete chaves esperando que a porta se abra sem qualquer movimento?
- Não. Não é bem assim. Acho que há momentos para tudo.
- Certo. E você ainda não decobriu qual o momento mais adequado para falar de sentimentos. Qual é esse momento?
- Quando eu estiver preparado.
- Entendo. E no momento em que você se sentir preparado, nesse momento você cai na armadilha da razão e diz que já passou e que, portanto, não faz mais sentido retomar o assunto. Sei.
- Não é nada disso. Você já imaginou estar interessado em alguém que claramente não está querendo você?
- Sim. Mas prefico falar. Falar e pagar para ver. Se houver reciprocidade, ok. Se não eu lambo o chão da calçada, choro, esbofeteio o ar. Chamo o filho da puta de babaca e volto pra vida. Ficar remoendo sentimento? Não tenho tempo para isso. Eu quero viver e quem faz minha felicidade sou eu.
- Parece fácil. Quem você ama hoje?
- Não amo hoje. Mas isso não quer dizer que nunca amei ou que nunca vou amar.
- Entendo. Assim fica mais fácil.
- Não estou dizendo que é fácil. Digo que nesse intervalo tenho tempo pra pensar nas coisas que já aprendi. Nas minhas vivências pra resolver o que é melhor pra mim.
Ainda assim é mais fácil. Mas não estou dizendo que não seja verdadeiro. Assim que você se apaixonar vai ou mudar de idéia ou lutar contra suas convicções. É sempre assim. Mas o mais interesante é que neste momento você tem a sensatez necessária para me colocar contrapontos que não tenho condições de identificar. Mas que quando você estiver de para-choque baixo, isso vai mudar. Isso vai.
- Pode ser. Não vou negar isso. Mas o que na verdade eu tenho interesse é em colocar para você que não há porque ter medo. Os amores vão. A paixão vai.
- O medo não é do ir e vir dos sentimentos. O medo é do que eles deixam ou do que eles trazem. Entre a chegada e a partida há um elo perdido. E durante, outro. Eu não tenho medo de amar. Ou sempe buscar, mas vejo a cautela em alguns momentos um reflexo de proteção importante.
- Claro, também acho importante. A questão é que se deixamos o reflexo de proteção nos guiar automaticamente as luzinhas vermelhas e amarelas se acendem primeiro. E o sinal verde fica distante e às vezes inatingível.
- Não vejo a distância do sinal verde como uma coisa ruim. Eu penso que é importante alguns machucados. Mas porque não evitar os buracos. Porque cair sempre de cabeça?
- Ah! você tocou em um ponto importante. Quantas vezes você caiu de cabeça nos seus relacionamentos?
- Todas.
- E porque há dificuldade em aceitar que é importante ser sempre assim? Já percebeu que entre o nascimento e a morte só há um jeito de estar aqui?
- Vivendo.
- Isso. E qual a qualidade do que vamos ter aqui? Pra que a contenção? Não estou dizendo que devemos ser desmedidos, mas repressão só traz rugas, meu caro amigo.
- Não vou me atirar de cabeça. Quero um espaço entre um passo e outro.
- Mas vai dar os passos? Estou vendo você parado.
- Meu tempo é diferente do seu.
- Que bom. É por isso que estamos tendo essa conversa agora. Já pensou tudo ajustadinho? Que perfeição. Inclusive não teríamos motivo para sequer conversar sobre a aflição dos sentimentos nem nada disso.
- Mas eu quero que entenda que o fato de não correr não significa que eu esteja parado. Seu tempo agora é o de correr e se estabacar se for o caso. O meu é de olhar pro buraco pra ver se desvio. E isso também não é uma coisa ruim. No meu processo eu preciso passar por isso. É importante pra mim.
- Quero que seja feliz. Fico preocupado com a sua racionalidade na hora de amar.
- Não estou sendo racional para amar. O amor já aconteceu. Estou ressignificando a minha forma de lidar com o amor. Não quero ser mais inconveniente, sem senso. Eu vejo duas coisas diferentes. Uma é o amor que você sente a outra é como abre o espaço para ele se instalar. Pode ser doloroso ou não. O que quero dizer, na verdade, é que sempre escolhi as formas mais gostosas pra ele se instalar mas sempre deixei fluir. Agora tenho mais vivências e, pra mim, é impossível deixar acontecer simplesmente. Apesar de estar ciente do que já está acontecendo.
- Eu já teria falado.
- Mas eu tenho as minhas reservas. Minhas caixinhas pretas também. Não saio fazendo o que você faz porque não tenho peito pra isso. Não sou assim. Tenho medo da recusa.
- A recusa faz parte. Assim como aceitação.
- Ok. não posso negar que quem está na chuva seja pra se molhar. Mas preciso pegar uma tempestade?
- Não. Não precisa. É que tudo pra mim é tórrido. Não gosto das coisas brandas.
- Eu gosto disso em você. Não duvide. Mas não sei ser igual. Eu sou ameno. Intenso, mas ameno. Somos diferentes.
- Eu te gosto muito.
- Eu também, meu amigo. Como é bom poder conversar com você. Me irritar com você e ao mesmo tempo te olhar com a docura que te olho agora.
- A gente deveria se namorar. Pelo menos já nos conhecemos. Talvez não fosse tão mais difícil assim. Você me puxaria para trás e eu te empurraria para frente.
- Já nos conhecemos. Isso teria pontos positivos e negativos. Não. Imagina só a partir de agora a gente se beijando, se esfregando. Não.
- Eu acho sua boca bonita. Não veria problemas em beijar você.
- E eu gosto do seu carinho. Nunca tive problemas de ficar abraçado com você.
- E aí?
- Heim?

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