Saúde, Paz, Harmonia...

Prefiro as Convicções mutantes
Às incertezas constantes

Palavras que o vento não leva...

Clarice Lispector. "... uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso."
Confúcio: "O que eu ouço, eu esqueço. O que eu vejo, eu lembro. O que eu faço, eu entendo."
Madre Tereza de Caucutá: "É inadmissível nos permitirmos que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz."
Paulo Freire: "A subjetividade muda no processo de mudança da objetividade. Eu me transformo ao transformar. Eu sou feito pela história ao fazê-la."
Sartre: "o importante não é o que fizeram de mim, mas o que eu faço do que fizeram de mim."
[autor]: "Palavras categóricas e ásperas são sinal de uma causa infundada."
Madre Tereza de Caucutá: "Não ame por beleza, pois um dia ela acaba, não ame por adimiração, pois um dia pode se decepcionar. Ame apenas, pois o tempo nunca poderá apagar um amor sem explicação."
Diamante: "A pessoa que briga por uma única verdade, na realidade está defendendo sua mentira!"
Voltaire: "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
Oscar Wilde: "Se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos."

sexta-feira, 11 de março de 2011

Lanternas Vermelhas


Assisti Lanternas Vermelhas pela primeira vez quando tinha apenas 20 e poucos anos. Imaturo na época, ví somente sua beleza plástica no telão... Mas ontem, revisitando o filme, um pouco mais ‘maduro’ (hehehe) tive a oportunidade de olhar a partir de outro prisma. Mas a fotografia, aos meus olhos, apesar das novas lentes, permanece perfeita!

Bom, não tenho a pretenção de ser um analista de filmes (longe disso), mas quero postas minhas impressões equivocadas(?).

Pra mim o filme não retrata somente de uma batalha entre concubinas. O que vi foi muito mais uma luta pela existência. Bom, nesse caso não falo da relação entre existência e vida, falo de existência para além de estar vivo. Os jogos de seduçãoe as contendas, por isso, estão muito mais condicionadas ao desejo permanecerem mulheres-humanas do que necessariamente desejo ao ‘Mestre’. Por isso o espaço (como território) se torna o palco principal.

Na briga quem ganha não anula a outra. Não acho que seja essa a questão no filme. Quem ganha acende, ascende, se torna visível, está viva. Sobra somente essa forma de estar na clausura, no confinamento de ser ‘esposa’ de Chen, o Mestre.

Mas Chen não é mestre. Chen não é marido. Chen não é amante. O Mestre é apenas um sucessor, que mantém rituais seculares sem importar-se com seu contexto. Transforma, na verdade, a autoridade que não possui (por ser fraco) em autoritarismo previsível. As esposas não amam Chen. Buscam desesperadamente um fator determinante, uma variável possível que traga um mínimo de lógica para suas existências.

Sendo assim, cada comportamento é exagerado. Precisa se-lo. Do contrário qual diferença faria? Qual atrativo teriam para dominarem o território. Para chamarem a luz para si. Pare serem vistas. Em uma das conversas a terceira esposa diz para a segunda e para a primeira algo parecido com “como ela sabe que faço massagem?”. E nesse momento fiquei pensando no quanto ela se sentiu desnudada - sua qualidade já poderia ser confrontada pela joven recém-chegada.

Fiquei pensando também nas qualidades de concubina perdidas pela primeira esposa, que chamo aqui de ‘lago frio’, pois passa plácida e distante por todas as situações. Talvez por saber as consequencias de cada ato tomado pelas outras; epelo seu próprio (nesse caso específico a única que trabalha a existência-vida).

A segunda, para mim ‘raíz seca’, apesar de perceber seu tempo esvaindo entre os dedos ainda se estica à procura – vã – de encontrar solo fecundo e brotar novamente. Achei triste o ‘desespero de vida’ da personagem. Fiquei imaginando quando/se minhas possibilidades fossem se extinguindo... O que eu faria?

Quanto a terceira e quarta esposa, apesar das diferenças vivenciais e de idade bem marcadas, vi muita semelhança. Uma mistura entre frescor de flores e ardido de sol, sei lá. Suavidade e violência, quem sabe emanados pela ainda juventude de ambas.

Mas ficou uma questão em minha cabeça: e todas não passariam por estágios parecidos? Uma não seria o reflexo condicionado da outra conforme novas esposas fossem surgindo? Conforme a quinta esposa surgiu no final? Não? Se a terceira não tivesse enlouquecido? E se a terceira não tivesse sido assassinada?

Nesse caso a segunda não foi alçada a um lugar de destaque, pelo contrário, foi substituída. Não se transformaria, ela própria, no próximo ‘lago frio’?

Não quero jamais que me reste como opção de salvamento me tornar um lago frio.

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