
Não posso fazer de conta que ainda é cedo porque simplesmente não vim ao mundo a passeio. Pra mim é tarde, já vou indo. Preciso ir embora. Não me culpe, pois eu quis dizer, você não quis acreditar que tudo tinha mudado. Eu bem que te avisei, e nesse caso era para levar a sério: o nosso caso de amor.
Você não sabe quantas coisas mais eu faria pra continuar te fazendo feliz além do que já tinha feito. Mas agora não da mais pra dizer que me adora, que me acha foda. Em sua raiva por si mesmo, por favor, só não desonre o meu nome.
Não serei mais seu corsário preso. Vou partir a geleira azul da solidão, buscar a mão do mar, ma arrastar até o mar, procurar o mar. Eu não vou mais correr demais só pra te ver, meu bem. Também não vou mais me zangar nem de ciúme chorar... Porque não quero mais viver ao seu lado. E se um outro cabeludo aparecer na sua rua. Se isso te trouxer saudades minhas. Adivinha? A culpa é sua.
Desculpe o auê, você dizia, que não queria me magoar, que tinha sido ciúme, que tinha perdido a cabeça... Que era pra eu esquecer. Mas eu não podia mais alimentar àquele amor tão louco. Era um sufoco. E eu até tinha mil razões para lhe perdoa: por amar. Mas não deu... Deixei de lado aquele baixo astral, ergui a cabeça, enfrentei o mal e agindo assim foi vital para o meu coração. Se em cada experiência a gente aprende uma lição. Só sei que agora eu vou cuidar mais de mim.
Não vou mais ficar ali caído. Um mar de dor, que arde sozinho. Eu já chorei um rio, mas não guardei rancor... Levantei, sacudi a poeira e dei a volta por cima. Então resolvi mudar. Este caso realmente não tinha mais solução. Não vou ficar agindo como fera ferida nem no corpo nem na alma nem no coração. Agora eu sou o negro, negro gato...
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