Saúde, Paz, Harmonia...

Prefiro as Convicções mutantes
Às incertezas constantes

Palavras que o vento não leva...

Clarice Lispector. "... uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso."
Confúcio: "O que eu ouço, eu esqueço. O que eu vejo, eu lembro. O que eu faço, eu entendo."
Madre Tereza de Caucutá: "É inadmissível nos permitirmos que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz."
Paulo Freire: "A subjetividade muda no processo de mudança da objetividade. Eu me transformo ao transformar. Eu sou feito pela história ao fazê-la."
Sartre: "o importante não é o que fizeram de mim, mas o que eu faço do que fizeram de mim."
[autor]: "Palavras categóricas e ásperas são sinal de uma causa infundada."
Madre Tereza de Caucutá: "Não ame por beleza, pois um dia ela acaba, não ame por adimiração, pois um dia pode se decepcionar. Ame apenas, pois o tempo nunca poderá apagar um amor sem explicação."
Diamante: "A pessoa que briga por uma única verdade, na realidade está defendendo sua mentira!"
Voltaire: "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
Oscar Wilde: "Se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos."

domingo, 10 de julho de 2011

Sem pertencimento ou Sentença

Fechou a porta de casa. Mas não foi ela que a abriu. "vai deitar, vai. Tá frio aqui fora...". Uma frase curta. Os olhos claramente tristes, pensativos. Ela muda. O som do elevador anunciou sua chegava. Nenhuma pertença. Nenhuma sentença.

Tudo ocorreu em casa. Tudo regado a momentos de intensidade e entrega... E depois, não as luzes e o estardalhaço da mutidão enlouquecida pela escolha da playlist do DJ, mas sim o cansaço que levou ambos a um sono entremeado de beijos, afagos, cuidados, abraços - que apesar de simbólicos, genuínos e cheios de ternura, não traduziam, em essência, qualquer estágio de relacionamento. Nenhuma pertença. Nenhuma sentença.

Lembrou que o presente não fora dado, apesar de comprado com a intenção de demonstrar o afeto que surgia. Ela optou por não se expor. "Você é incrível, merece pessoa melhor que eu". Por não dar contretude à subjetividade da partida. E porque, também, não havia nada a requerer. Nenhuma pertença. Nenhuma sentença.

Sem motivos razoáveis para entristecer-se, ela entristeceu. "Não foi isso que eu disse. Você não percebeu que gosto de ficar com você?". O jogo era a dois e em seu momento de isolamento poderia ser dar ao luxo de demonstrar a si mesma o quanto havia se envolvido. Mas ainda assim era um jogo. E tavez por isso - por ser um jogo - ele não tenha esquecido de levar o objeto entregue na noite anterior como motivo para estar com ela. "É pra eu pegar com você amanhã"... E mesmo que não tenha tomado espaço. E mesmo que nãou houvesse sentido. Um espaço fora tomado, mas não pelo objeto. Nenhuma pertença. Menhuma sentença.

O som surdo do outro lado denunciou sua partida. Abriu a janela e o viu caminhar no sentido oposto ao de seus corações. "Vivo em busca do novo", lembrou das palavras ditas há algumas semanas. Permaneceu na janela observando o distanciamento. Todos os distanciamentos. Um caminhar lento, a silhueta da figura que, cada vez mais diminuta, talvez não mais retornasse. Nenhuma pertença. Nenhuma sentença.

Fechou a janela assim que o coletivo não deixou mais dúvida de que ele se fora. O sol nascente no horizonte anunciava um dia morno, seus feixes de luz atravessando a neblina remanescente da cidade. Deitou novamente no ninho. Nada em volta. Nada envolta. Nada crítica. Nada. Nenhuma pertença. Nenhuma sentença.

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