
Afunda o dedo teso na carne dura glútea contraída. Serpenteia o corpo e enrosca a língua macia e doce e quente na orelha fria. Estala a cama que suporta o peso variável do corpo em movimento que testa a estrutura sólida de inveja. Desalinha o lençol que desenha as letras do desejo em um texto inteligível e indecifrável.
Transborda o calor sob a luz fraca do abajour. Abre a boca na sombra gêmea imitadora. Serpenteia o corpo. Puxa, beija, aperta, morde o peito na superfície rósea que se treme, se assusta e se esconde sob a saliva. Respira enquanto o frio desce a espinha. Vira por cima. E torna a virar. Novamente.
Pede, manda, comanda. Encomenda o cío. Deixa brigar as mãos ora tortas, atentas, desmedidas, metidas, que esticam e esfoleiam a pele misturando dor ao desejo que impele. Serpenteia o corpo deixando trabalhar as mãos entorpecidas, caídas, cansadas, atenciosas, que trazem arrepio em sua passagem riscando a pele com as unhas sem-vergonhas, a língua de fora entre os dentes. Sacana.
O suor escorre. Descreve o caminho salgado que desce e molha. Mistura. Lambuza. Azeita a engranagem. Flexão. A cabeça que pende encanta com os olhos. Entranha. Estranha. Adentra. Apanha. Arfa. Abre. Acopla. A boca canta. Pulsa. Expulsa. Acolhe.
Explode.
Nenhum comentário:
Postar um comentário